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Mulheres na Agilidade

09/03/21 - 4 minutos de leitura

O meu despertar para a questão das mulheres em qualquer contexto da sociedade começou a fazer parte da minha vida quando eu tinha 23 anos. Antes disso, eu não questionava algumas situações e vivia calada diante de injustiças porque não entendia que eu poderia expor a minha visão.

Ao ter um olhar atento para questões de feminismo e equidade, passei a analisar mais criticamente todos os contextos em que eu participava e a identificar os diferenciais das mulheres nos papéis ocupados.

Prefere conteúdo em áudio? Ouça a seguir:

Diferenciais das mulheres no mundo

Durante o início da crise da Covid-19, ficou nítido o destaque no combate à doença por países liderados por mulheres. As trajetórias sociais dessas mulheres, ao longo da história, tornaram a conduta das lideranças diferentes.

O índice de igualdade de gênero da Bloomberg em 2020 também demonstrou que empresas lideradas por uma CEO têm mais mulheres em cargos de gerência.

No contexto das mulheres na agilidade, os desafios ainda são gigantes, como na sociedade em geral, mas algumas skills podem potencializar o papel das mulheres na área.

Muitas vezes, algumas pessoas se perdem ao se aprofundar somente nas hard skills e se esquecem da necessidade de obter conhecimento prático nas soft skills.

A parte técnica é importante, mas sem o foco no aspecto comportamental e na inteligência emocional, não é possível sustentar uma carreira de destaque.

O potencial das mulheres na agilidade

Como no caso da Covid-19 citado acima, as mulheres que investem nas soft skills e em ter resiliência, flexibilidade, empatia, criatividade e escuta ativa conseguem desempenhar um trabalho muito agregador em qualquer cenário no qual estejam inseridas.

Mas será que as mulheres sabem o potencial que elas podem atingir dentro do cenário ágil?

Essa pergunta me vem à mente sempre que observo mulheres incríveis se sentindo inseguras, não submetendo palestras para eventos da comunidade, não compartilhando conteúdos de suas experiências por medo de não estarem bons o suficiente.

É como se deixássemos o espaço para que os homens preenchessem. E eles ocupam esses espaços rapidamente!

Historicamente, as mulheres sempre ficaram nas sombras dos homens, não porque elas queriam, mas porque os estereótipos sociais e leis, por exemplo, colocavam as mulheres em locais menos privilegiados (não vamos esquecer que houve uma época, não muito distante, em que nem podíamos votar).

No entanto, para mudar esse status quo, precisamos começar a ocupar esses lugares privilegiados e empoderar outras mulheres a criarem coragem e se mostrarem ao mercado.

Foi aí que tive a ideia de fazer algo efetivo para ajudar essas mulheres a mostrarem suas histórias e trajetórias a partir das suas vozes no Podcast Agile Girls.

Podcast Agile Girls

Histórias compartilhadas

A proposta do podcast é bem despretensiosa, ou seja, bater um papo com uma mulher que admiro, gravar a conversa e depois disponibilizar para a comunidade.

Para a estreia, convidei a Cindy Morais, Agilista na Easynvest, para abrir com chave de ouro e falar sobre as mulheres na agilidade. Ela trouxe a questão das fortes conexões que o mundo da agilidade proporciona a partir da colaboração efetiva entre as pessoas.

Ainda nos primeiros episódios, tive a honra de receber a Mariana Zaparolli para falar sobre liderança e carreira na agilidade, e foi simplesmente uma aula! Ela enalteceu a questão de focar na diversidade e nas pessoas, mais do que nos processos – o que infelizmente ainda observamos muito no contexto ágil que pode encaminhar a organização para um fake agile (inclusive ela gravou um episódio sensacional sobre o tema para o Love The Problem com o Juan Bernabó).

Outro episódio emblemático foi o da Malu Lopes, que jogou para o alto 10 anos de carreira em marketing e um cargo de gestora para recomeçar a vida profissional na área de agilidade. Ela falou sobre os desafios e oportunidades da transição de carreira.

A integralidade também foi pauta de um dos episódios em que a Cristiane “Coca” Pitzer contou sobre como não podemos separar o lado pessoal do trabalho e como ela utiliza a agilidade na vida com a família.

Já no domínio técnico, a Ceci Fernandes falou sobre agilidade em código e entrega de software. Um tema pouco abordado na comunidade, mas que é fundamental para uma relação saudável entre o fluxo do upstream até o downstream.

Outra mulher muito ativa na agilidade é a Jéssica Ferrari, que tem estudado bastante sobre neurociência dentro desse contexto. Ela trouxe muitas informações relevantes sobre como uma perspectiva mais aprofundada de outros temas pode agregar o “cinto de ferramentas” da pessoa agilista.

Bom, essas são apenas algumas das convidadas que participaram até agora do podcast.

Mas o que todas têm em comum?

Elas estão transformando as organizações e os contextos em que estão inseridas, além de serem agentes de mudanças ao compartilharem as suas experiências, trajetórias, lutas e vitórias com a comunidade.

Mulheres na Agilidade - Backstage com algumas convidadas
Backstage com algumas convidadas

 

A importância de uma rede de apoio

O Brasil, comparado a outros países, é muito bem estabelecido nas comunidades de agilidade. Nesse recorte, compartilho a experiência incrível de ser staff member da comunidade Mulheres Agilistas, que desde 2020 está aumentando e abarcando mais mulheres que estão na área e que querem fazer uma transição de carreira.

Com 7 eventos grandes realizados até o momento, vários lean coffees, mais de 1.400 mulheres no slack e um primeiro programa de mentoria iniciado, o poder gerado por essa rede é muito forte e real.

Finalizo esse texto enaltecendo a seguinte frase:

Por mais mulheres na agilidade!

Mulheres na Agilidade 1
7° encontro da comunidade Mulheres Agilistas sobre transição de carreira e síndrome da impostora

 

Thaís Rigolon

Autora Convidada: Thaís Rigolon

Agile Coach no PicPay, fundadora do Podcast Agile Girls e Staff da Comunidade Mulheres Agilistas, Thaís Rigolon ajuda líderes, equipes e organizações a impulsionarem suas ações por meio dos princípios ágeis. É apaixonada por pessoas e pelo trabalho transformador de mudança dentro da sociedade e das organizações.

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Escrito por

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