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O Paradoxo do Coach

22/10/20 - 3 minutos de leitura

Quando esteve no Brasil durante a Kanban Coaching Masterclass, David Anderson falou sobre o Paradoxo do Coach. Ele se aplica a qualquer pessoa que esteja no papel de facilitação de um time ou uma empresa:

  • Consultor Kanban
  • Coach
  • Scrum Master
  • Gestores
  • Tutores
  • Etc.

O paradoxo acontece pela própria natureza do trabalho de facilitação. Um bom profissional faz mais perguntas do que afirmações.

O objetivo é que o coach não venha com uma resposta pronta. Mas que ele realize uma série de questionamentos para levar o próprio coachee a chegar à solução.

Coach e Coachee

Coach é o facilitador. Ele ajuda o coachee a acelerar seus resultados e o guia durante o processo de tomada de decisão.

Coachee é a pessoa que está recebendo a ajuda do coach.

Exemplo ruim

Coachee: “Não estamos conseguindo entregar”.

Coach: “Limite a quantidade de trabalho em andamento”.

Observe que, nesse exemplo, o coachee não participou da decisão. O coach empurrou uma solução sem saber exatamente qual o problema e sem envolver o coachee na tomada de decisão.

Exemplo de um bom trabalho

Coachee: “Não estamos conseguindo entregar”.

Coach: “Onde os itens de valor estão parando?”

Coachee: “Ficam indo e vindo entre as etapas de construção e testes no fluxo de trabalho”.

Coach: “Por que você acha que eles vão para a etapa de testes e voltam para a etapa de construção?”

Coachee: “Porque estamos construindo coisas com uma qualidade baixa”.

Coach: “O que podemos fazer para aumentar a qualidade na etapa de construção e consequentemente reduzir o refluxo?”

Coachee: “Poderíamos adotar técnicas de Test Driven Development (TDD)“.

Coach: “O que vamos fazer para o time adotar TDD?”

Coachee: “Posso fazer um workshop na próxima segunda-feira e trabalhar em par com os desenvolvedores durante os outros dias da semana”.

Coach: “E como saberemos que fomos eficazes?”

Coachee: “Podemos contar quantos itens estão indo para a etapa de teste e voltando para construção agora. E refazer essa conta daqui a duas semanas. Se reduzirmos em uns 50% esse refluxo, conseguimos”.

Perceba que esse cenário deu muito mais trabalho para o facilitador. Ele teve que fazer uma série de perguntas, mas entendeu muito mais onde estava o problema. Além disso, ele envolveu completamente o coachee na solução. Ou melhor, a solução partiu do próprio coachee.

Com uma conversa muito simples, eles criaram um experimento em que eles vão obter as métricas atuais de qualidade do time, aplicar o experimento e verificar o resultado depois de um período.

Qual o paradoxo?

O Paradoxo do Coach 1

Quem soluciona? O Coach ou o Coachee?

Quanto melhor o coach faz o seu trabalho, mais as pessoas chegam “sozinhas” na solução. Com o passar do tempo, elas começam a questionar: “Por que estamos pagando esse coach se somos nós que chegamos ‘sozinhos’ nas soluções?”

Este trabalho de facilitação acontece para que o time ou a empresa seja cada vez mais independente e, claro, esse tipo de questionamento surge com o passar do tempo.

Então não devo ser um facilitador?

Pelo contrário. Esse é um trabalho desafiador no qual você ensinará muito, mas também aprenderá muito mais. E é importante que você deixe muito clara a eficácia do seu trabalho. Para isso, tenha atenção nos três pontos a seguir.

  1. Tenha sempre em mãos as métricas para mostrar como o time ou empresa era antes de você chegar e como ficou depois de você passar por ele.
  2. Mantenha um histórico atualizado de situação – experimentos – resultados.
  3. Mantenha gestores e patrocinadores atualizados com a evolução do time ou empresa.

Lembre-se! A melhor métrica não é quanto tempo você permanece prestando serviço para um mesmo time. É quanto uma empresa te indica para outras empresas.

Quer saber mais sobre o trabalho de facilitação?

Assista ao vídeo abaixo para entender como o coach pode ser um agente de mudança no desenvolvimento da organização com a aplicação dos métodos ágeis.

Que tal se aprofundar na agilidade?

Participe dos nossos treinamentos de Certified Scrum Master (CSM)Kanban Manager Professional I e II e Técnicas Ágeis de Facilitação.

Indico também a leitura da seção Agile Coach do nosso blog e te convido a conhecer os serviços de Coaching da K21.

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Escrito por

Avelino Ferreira Gomes Filho

Trainer na K21


Avelino Ferreira é formado e mestre em Ciência da Computação. Teve uma longa trajetória na TI, começando como programador e chegando a gestor de diversos times de criação de produtos digitais. Conheceu e começou a adotar as melhores prática de de Métodos Ágeis em 2008. Desde então, se dedica a auxiliar outras empresas na construção da cultura ágil. Atualmente, é Consultor e Trainer na K21
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