Scrum e o Trabalho em Escala

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Scrum e o Trabalho em Escala

06/09/18 - 2 minutos de leitura

Muito tem se falado do Desenvolvimento Ágil em escala, cenário em que um número grande de pessoas trabalha com o Ágil em uma mesma organização. Buscando um espaço nesse mercado, surgiram nos últimos anos diversos frameworks e metodologias. As mais conhecidas são o o SAFe, do Dean Lefingwell, o LeSS, do Craig Larman e Bas Vodde, o DAD, do Scott Ambler, o Scrum@Scale, do Jeff Sutherland e o Nexus, do Ken Schwaber. Repare que os dois últimos foram criados pelos pais do Scrum, e são bem diferentes entre si.

Mas o que o framework Scrum, tal como descrito no Scrum Guide oficial, oferece com relação a esse assunto? Há, na realidade, poucas prescrições do Scrum básico para o trabalho em escala. Dentre elas, vale citar:

  • o padrão do Scrum de um time pequeno, altamente flexível e adaptável se mantém o mesmo, desde para alguns poucos times até para milhares de pessoas distribuídas por uma rede de times, sempre pequenos, colaborando e interoperando no desenvolvimento, operação e manutenção de produtos;
  • os times devem estar estruturados e empoderados pela organização para serem capazes de organizar e gerenciar o seu trabalho;
  • toda a organização deve respeitar as decisões do Product Owner para possibilitar o sucesso de seu trabalho;
  • os Scrum Masters planejam e lideraram a adoção e a promoção do uso efetivo de Scrum na organização, ensinando o framework e ajudando os colaboradores e demais partes interessadas a colocá-lo em prática, provocando as mudanças organizacionais necessárias e trabalhando junto a outros Scrum Masters com esse mesmo fim;
  • no caso de múltiplos times trabalhando no mesmo produto, apenas um Product Backlog, comum a todos esses times, é utilizado como fonte de trabalho para eles. Nesse caso, podemos diferenciar o trabalho de cada time utilizando, por exemplo, um atributo nos itens do Product Backlog;
  • caso haja uma definição de “Pronto” como parte das convenções, padrões ou diretrizes da organização, todos os times devem segui-la como um mínimo. Caso haja múltiplos times trabalhando em um mesmo produto, os times devem estabelecer em conjunto a definição de “Pronto”.

Acredito que qualquer método que se ofereça para escalar o Scrum deva seguir as regras acima, como um mínimo. Na minha opinião, LeSS é o framework mais alinhado com com os propósitos e princípios do Ágil e também com a própria definição do Scrum, já que respeita todas as prescrições para o trabalho em escala trazidas pelo Scrum Guide.

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Acho importante notar que, na K21, não utilizamos à risca nenhum método de escalar predefinido em nossos clientes, até mesmo porque nem sempre utilizamos Scrum como o caminho para o Ágil. Temos certeza – isso sim – do que não queremos. Mas vejo um alinhamento crescente da empresa, ainda que sem grande compromisso, com a simplicidade e lógica irrefutável do LeSS.

SCHWABER, K.; SUTHERLAND, J. The Scrum guide — the definitive guide to Scrum: the rules of the game. Nov. 2017. Disponível em: <https://www.scrumguides.org/docs/scrumguide/v2017/2017-Scrum-Guide-US.pdf>. Acesso em: 9 mai. 2018.

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Escrito por

Rafael Sabbagh

Co-fundador e Trainer na K21


Rafael Sabbagh é co-fundador da K21 e foi membro do Board de Diretores da Scrum Alliance entre 2015 e 2017. Ele é Certified Scrum Trainer (CST) pela Scrum Alliance e também Accredited Kanban Trainer (AKT) pela Kanban University. Atuando em nível executivo, possui uma vasta experiência em Transformação Digital e Gestão de Produtos. Ao longo da sua carreira, já treinou milhares de Scrum Masters, Product Owners e membros de equipes em mais de 15 países na Europa, América e Ásia.
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