Mentalidade de alta performance do Triângulo Ofensivo| K21

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Triângulo Ofensivo: uma mentalidade de times de alta performance

29/04/21 - 7 minutos de leitura

Triângulo Ofensivo é um sistema de jogo ofensivo muito difundido no mundo dos esportes. Por ser vencedora, deixou de ser um modelo de jogo e passou a gerar uma mentalidade vencedora, se tornando assim muito útil para times de alta performance em diversos contextos, especialmente para times de produto.

  • Simples, o Triângulo nos permite fazer uma ótima conexão com os desafios vividos pelos times de produto.
  • Versátil, o Triângulo cria um ambiente seguro para a vivência da auto-organização na prática e faz com que os talentos individuais se combinem para aumentar o impacto das entregas.
  • Efetivo, o Triângulo oferece uma mentalidade vencedora, sempre focando em acelerar e aumentar os resultados.

Ouça este artigo!

Recentemente, aplicamos o Triângulo dentro do modelo de organização do time de Agile Experts do qual faço parte aqui na K21 e resolvi escrever este post para compartilhar os principais aprendizados.

Acredito que pode ser muito útil para você aplicar no seu time também, principalmente se seu time busca uma mentalidade de alta performance.

Meu foco principal aqui é compartilhar as principais características e aprendizados que o Triângulo pode oferecer. Para facilitar a leitura, dividi o post da seguinte forma:

  1. Qual problema o Triângulo nos ajudou a resolver?
  2. O triângulo ofensivo já se comprovou na prática!
  3. A mentalidade por trás do Triângulo
  4. Aprendizados valiosos ensinados pelo Triângulo
  5. Como aplicar na prática?

1) Qual problema o Triângulo nos ajudou a resolver?

O problema que precisávamos resolver estava ligado ao rápido crescimento do time. Precisávamos de um sistema de organização que nos ajudasse a manter o que já estava funcionando ao mesmo tempo em que adquirimos novas habilidades com a entrada de novos integrantes.

Precisávamos ter um “estilo de jogo” simples e consistente, permitindo que as pessoas se integrassem rápido ao time sem perder suas melhores características.

Assim, nos inspiramos no Triângulo Ofensivo para experimentarmos novos sistemas de organização que tem nos ajudado a perseguir a alta performance.

2) O triângulo ofensivo e a alta performance na prática!

O Triângulo Ofensivo surgiu e se tornou mundialmente conhecido através do basquetebol. Foi desenhado por Sam Barry, no final dos anos 40, e expandido por Tex Winter, se popularizando quando Tex se juntou a Phil Jackson no inesquecível time do Chicago Bulls, estrelado por Michael Jordan e Scottie Pippen, entre outros grandes nomes.

Como ter times de alta performance
Time estrelado do Chicago Bulls, com Michael Jordan, Scottie Pippen, Dennis Rodman, Horace Grant e Derrick Ros.

 

Entre 1989 e 2010, o triângulo venceu 11 títulos da NBA, principal e mais disputada liga de basquetebol do mundo.

E de lá pra cá o basquete evoluiu muito, adotando modelos de transição mais rápidos entre a defesa e o ataque. E também o abuso dos arremessos de longa distância, com muita ajuda do uso dos triângulos, claro. O maior exemplo é o Golden State Warriors, que ganhou 3 finais das 5 consecutivas que disputou nos últimos 6 anos.

E o mais legal disso tudo é que, para muito além do basquete, o Triângulo Ofensivo tem forte contribuição na base dos modelos de jogo modernos que mais fazem sucesso e mostram resultados.

Por exemplo, no futebol. Você provavelmente já ouviu falar no Barcelona comandado por Pep Guardiola. Este time marcou época ao consagrar o estilo de jogo com alto domínio na posse de bola que usa e abusa do triângulo.

3) A mentalidade por trás do Triângulo

Entender a lógica do Triângulo Ofensivo é bem simples. O que não significa que seja fácil implementá-lo com eficácia na prática.

Imagine um time de algum esporte coletivo (como basquete ou futebol, por exemplo) que precisa marcar pontos ou gols. A ideia do triângulo é que sempre que um membro do time está com a bola, pelo menos 2 outros membros se aproximem, formando um triângulo.

Sempre que um jogador está com a bola, no mínimo outros 2 aparecem como alternativa para receber o passe. O mesmo vale sem a bola. Ao lado de um marcador possuem sempre outros 2 prontos para cobertura.

Triângulo Ofensivo em times de alta performance
Referência: blog Proscout | As primeiras impressões dos citizens de Pep Guardiola

Independentemente de onde a bola esteja, o importante é que se forme um triângulo para apoiar a pessoa com a bola. É multidisciplinaridade funcionando na prática. Membros do time são desafiados a expandir sua área de atuação para além de sua posição original, potencializando as chances de sucesso de cada jogada.

No final, o objetivo principal do Triângulo Ofensivo é aproximar seus integrantes para aumentar a quantidade de opções na tomada de decisão e alcançar o resultado desejado o mais rápido possível.

Assim, acredito que mais do que uma tática ou modelo de jogo, o Triângulo Ofensivo ajuda a construir uma mentalidade vencedora. Destaquei aqui as 4 características que mais nos chamaram a atenção na nossa perseguição pela alta performance:

  1. Movimentação Constante: nem a bola nem os jogadores podem parar para que o triângulo funcione. Uma movimentação constante e inteligente permite mais alternativas de jogadas para quem está com a bola decidir.
  2. Decisão Rápida: todos devem decidir rápido e com propósito. Deixar de decidir pode cortar o efeito do triângulo.
  3. Versatilidade de Posições: um dos princípios do triângulo é que ninguém possui um lugar fixo. A movimentação constante exige que todos os membros saibam, em algum nível, jogar em múltiplas posições.
  4. Foco no Resultado: com ou sem a bola, é essencial que os jogadores ataquem a cesta. Unifica o princípio da movimentação constante com a eficácia, pois as oportunidades aparecem mais próximas da cesta, aumentando a chance de conversão das jogadas.

Assista no vídeo uma jogada de basquete com o Triângulo:

4) Aprendizados valiosos ensinados pelo Triângulo

Certamente o uso da técnica do triângulo ofensivo nos esportes tem muito a nos ensinar. Mas quero destacar aqui 2 aprendizados em especial:

“Estrela sozinha pode até ganhar jogo, mas não ganha campeonato”

Essa é uma máxima dos esportes coletivos. Diversos jogadores de alto nível carregam times nas costas durante anos, mas sozinhos não conseguem ganhar um grande título. Na NBA, por exemplo, esta máxima tem se comprovado ao longo dos anos.

Um grande exemplo é o de Michael Jordan. Desde novo, ele era um jogador brilhante, mas só conseguiu ganhar seu primeiro título quando entendeu que tinha que jogar junto com seu time. E o triângulo cumpriu um papel fundamental nesta história (se quiser saber mais, recomendo muito assistir o episódio 4 da série The Last Dance, na Netflix)

Times de alta performance não podem depender apenas de um único jogador. Um sistema de jogo de um time não pode servir apenas a uma pessoa. Precisa ter espaço para que cada membro contribua com suas habilidades na hora certa e no lugar certo.

Técnicas vencedoras são aprimoradas na prática

Técnicas podem fazer muito sentido do ponto de vista intelectual, mas elas só valem a pena quando funcionam na prática.

aprendizado experimental vem da prática no dia-a-dia, compartilhando histórias sobre o que deu certo e o que falhou.

Isso nos permite sistematizar e expandir o conhecimento. Dominar uma técnica que funciona na prática significa criar inteligência. E esta inteligência que nos leva a grandes resultados.

O Chicago Bulls não sabia na prática como o triângulo funcionava. Eles tiveram que aprender. E o sucesso do seu sistema de jogo não era previsto. Foi conquistado na quadra, com o aprendizado em cima de erros e mais erros de seus jogadores. Até que eles aprenderam a dominar suas técnicas e combinar suas habilidades.

Uma coisa certa que independe do time ou contexto em que você está é: só será possível descobrir a melhor combinação de habilidades do seu time na prática. A alta performance é conquistada por um caminho diferente em cada contexto.

5) Como aplicar na prática!

Agora que você já conhece um pouco mais do triângulo, recomendo fortemente conversar com seu time e descobrir como esses aprendizados se aplicam nos desafios que vocês têm.

Uma coisa muito legal que estou descobrindo na prática é que o triângulo ajuda a reduzir contextos e a deixar explícito a quem pedir ajuda no dia-a-dia. Pode parecer trivial, mas isso ajudou a economizar uma energia enorme do time no dia a dia.

Veja um exemplo hipotético de como um time de Marketing Digital pode usar o triângulo para se organizar:

Triângulo Ofensivo: uma mentalidade de times de alta performance 1

Agora, um segundo exemplo com um time de produto bem menor que toca uma iniciativa específica:

Tri

Não importa o contexto, o triângulo pode ajudar a deixar a organização do time mais versátil e simples de entender. Além disso, pode facilitar a comunicação para fora do time.

Determinadas formações combinam habilidades que dentro de uma iniciativa vão gerar aprendizados e entrosamento. Além desta inteligência que é gerada para o time, as pessoas têm a oportunidade de sair de um modelo de evolução profissional “I” para um modelo “T”.

A troca de conhecimento se torna mais fluida e o ambiente para o desenvolvimento de talentos se torna mais fértil. Dentro de um Triângulo, se torna muito mais fácil de profissionais mais experientes desenvolverem suas habilidades de liderança e profissionais mais novos acelerarem seu crescimento.

Com o tempo, diante de novas iniciativas do time, essas mesmas pessoas podem se juntar para aplicar inteligências que já dominam ou compartilhar com as novas pessoas que estarão neste desafio.

Curtiu este artigo?

Espero que estes aprendizados possam inspirar você e seu time na busca pela alta performance.

E se precisar de ajuda para levar esta mentalidade para sua empresa, conheça a consultoria da K21 para desenvolver na prática novas habilidades da sua equipe:

Inclusive, caso você conheça o Phil Jackson, o Michael Jordan ou o Guardiola, adoraríamos gravar um podcast sobre o assunto. We speak EnglishTambién hablamos español. Sonhar grande dá o mesmo trabalho do que sonhar pequeno, não é mesmo? Caso você não conheça nenhum deles diretamente, já ajuda o contato da Gabi da AE4, da FGV (risos).


Agradecimentos especiais ao Magno de Santana, Dani Prevot, Carlos Felippe Cardoso , Mateus Mattos, Alberto Rodrigues, Alex Marmute, Bruno Guazina e Marcelo Paiva, que experimentaram a o modelo de triângulos e ajudaram a tangibilizar os aprendizados neste post.

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Escrito por

Guga Moser

Product & Agile Expert na K21


Guga Moser é Product & Agile Expert na K21. Trabalhando com Agilidade desde 2016, pratica o 'Business Agility' junto com o mindset de Produtos Digitais para levar as organizações para o próximo nível da Transformação Digital.
Esta postagem se encontra sob a licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

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