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A Direção é Mais Importante que a Velocidade (Gestão)

09/04/14 - 2 minutos de leitura

A frase de Edson Marques é válida em vários contextos, este texto aborda apenas o domíno da Gestão.

A Direção é Mais Importante que a Velocidade.

Recentemente, quando explicava o valor da OCIOSIDADE em um time de trabalhadores do conhecimento (por exemplo, programadores), fui questionado:
“Você quer dizer que em alguns casos é melhor que algumas das pessoas não façam nada?”
Sim, é isso mesmo!

Em todo sistema produtivo há um processo pelo qual uma demanda atravessa até que se transforme em valor entregue. Em quase todos os sistemas há um gargalo e é ele quem dita o ritmo (pense numa sequência de canos d’água interconectados, o mais fino deles é aquele que dita o ritmo da vazão de saída). No exemplo da figura a seguir, o gargalo está nos testes manuais. Qualquer atuação fora dele não contribui para o resultado final. Mais que isso, ele atrapalha, porque uma vez que se aumenta a quantidade de itens começados e não terminados, há um custo de coordenação.

Exemplo de processo onde o gargalo está nos testes manuais.

Exemplo de processo onde o gargalo está nos testes manuais. A velocidade final é determinada pelo gargalo.

A sugestão é que as pessoas reflitam antes de começarem um novo item.
Pode simplesmente não valer a pena!

Mas o que fazer com essa ociosidade. Vou apresentar algumas opções:

  • se movimentar para ajudar onde está o gargalo (em software, pode ser o deploy, ou a fase de testes manuais etc…);
  • pode-se trabalhar em uma melhoria contínua;
  • pode-se aproveitar o tempo para aprender algo novo ou fazer uma pesquisa;
  • outra opção é implementar uma automação no sistema;
  • realizar alguma tarefa rotineira, como fazer um relatório;
  • ou simplesmente, o ócio criativo (que permitirá novas ideias ou novas formas de se implementar as ideias).

Se você está pensando, “mas a pressão de manter as pessoas ocupadas é a chave para que trabalhem”. Então nesse caso você deveria aprender mais sobre motivações intrínsecas em um conteúdo que chamamos de Management 3.0.

Agora, se você está querendo saber mais sobre como descobrir o gargalo para que possamos atuar nele, então a dica é estudar sobre Kanban e a sua maneira de mapear processo tal que torne isso evidente.

No modelo de gestão do século XX, a obrigação do chefe era botar todo mundo para trabalhar. Já no século XXI, se espera uma gestão que fique de olho em maximizar o valor entregue. O foco errôneo na velocidade ao invés da direção também acontece no domínio de Negócio e no domínio Técnico, bons tópicos para textos futuros.

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Escrito por

Rodrigo De Toledo

Co-fundador e Trainer na K21


Rodrigo de Toledo é co-fundador da K21, Certified Scrum Trainer (CST) pela Scrum Alliance, Kanban Coaching Professional (KCP) e Accredited Kanban Trainer (AKT) pela Kanban University, além de Licensed Management 3.0 Facilitator. Com Ph.D na França, possui diversos artigos internacionais e lecionou por doze anos na PUC-Rio e na UFRJ, duas das principais universidades da América do Sul.
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