Artigo escrito para o Especial Desafios da Consultoria do Jornal Económico
Hoje poderia qualificar as empresas em 3 tipos, as não-resilientes, as resilientes e as Ágeis / Anti-Frágeis.
As empresas não-resilientes, durante estes 2 anos de pandemia, ou quebraram, ou estão a passar por momentos muito difíceis; supostamente são empresas com pouca ou nenhuma capacidade de adaptação. Depois, temos as resilientes, que de certa forma ou tinham um caixa extraordinário, ou alguma capacidade para adaptação ao novo cenário; conseguiram sobreviver e estão a pensar em como melhorar e dar respostas mais rápidas. Por fim, as empresas Ágeis / Anti-Frágeis possuem uma vantagem competitiva brutal, são empresas que possivelmente saíram da crise ainda mais fortes do que entraram.
E é, justamente este ponto, o grande desafio das consultorias estratégicas: como transformar as empresas, em organizações mais Ágeis, ou seja, empresas que priorizam e re-priorizam de acordo com o momento atual do mercado, escutando o seu cliente no menor prazo iminente, e aprendendo constantemente com estes feedbacks.
E sim, estamos a falar de uma nova cultura, não me refiro a frameworks da moda, ou planeamentos de longo prazo extremamente detalhados. Frameworks da moda como Scrum e Kanban em uma cultura tradicional não passam de ferramentas e o planeamento de longo prazo detalhado só me traz uma certeza, quando chegar a data final do projeto, posso afirmar categoricamente que ele estará errado.
As consultoras deveriam entender que o mundo mudou e precisamos dar respostas rápidas, e que carecemos de ajudar as empresas a terem estruturas mais adaptáveis, flexíveis e consequentemente inovadoras para serem mais competitivas.
Esse é o grande desafio dessa nova realidade de mercado. Se as consultoras não conseguirem se adaptar como elas pretendem ajudar os seus clientes?